segunda-feira, 1 de junho de 2015

O pregador e o produto feito em massa




O que dizer da multiplicação de pregadores padronizados? Sim... Pa-dro-ni-za-dos.

Na fabricação desses homens, há de se estudar a matéria prima, a madeira que é utilizada para o fácil entalhe e molde. Ao contrário das madeiras de lei, duras e marcadas por mãos talentosas e especialistas para sua fabricação, os produtos feitos em massa são de menos valia e duração, por mais que A Palavra dure para sempre. 
Mas estamos falando deles e não da Eterna Palavra de Deus, ok?

Mas também pudera, foram feitos para durarem pouco e para funcionarem rápido, práticos e com valor e linguagem popular.
Depois os detalhes, como a carga de uma caneta feita em série, com a mesma tinta, com a mesma ponta, com as mesmas bolhas dentro da carga e com as cores conhecidas pelo mercado.
Agora temos a tampa, a parte externa, onde seguramos e os formatos. Sempre fácil de segurar e se funciona, não se mexe neste padrão. O design é sempre o mesmo.

Produção em massa é o termo que designa a produção em larga escala de produtos padronizados através de linhas de montagem.
Este modo de produção foi popularizado por Henry Ford no início do século 20, particularmente na produção do modelo Ford T.

Grandes empresários, assim como Ford, são ótimos para fabricarem pregadores em massa. Com o custo baixo de produção, colocam as matérias primas dentro de um armazém, derretem eles com catarse, campanhas, ameaças, congressos muito bem pagos, palestras massageadoras de ego, cruzadas e os colocam no molde, e pronto! Fabricaram um monte!

A produção em massa se tornou um modo de produção muito difundido, pois permite altas taxas de produção por trabalhador e ao mesmo tempo disponibiliza produtos a preços baixos.

Agora pense, por que o produto Customizado é mais valorizado?

Aqueles chamados “fora de série”, com matéria prima guardada a sete chaves, envelhecida, trabalhada à mão pelo artista. Sim: artista! Pois os que confeccionam os produtos custom são verdadeiros artesãos.
Demanda de mais tempo para fabricar um produto fora de série.

Um vestido Coco Chanel, por exemplo, pode custar bem mais de 200 mil euros, e demanda de, pelo menos, 40 funcionários para manufaturá-lo.

Imaginem o pregador? Como se não bastasse a própria matéria prima, regada a muito azeite, água, fogo e vento, diretamente presa à videira, muitos homens experientes precisam ajudar na formação e fabricação daquele instrumento.

O instrumento, durante o seu processo de fabricação, precisa passar pelo departamento de hermenêutica, de filosofia, de literatura e gramática (alguns passam direto por esta etapa), pelo departamento de homilética (alguns ficam ali 2 ou 3 semestres sugando seus professores e se tornando iguais a eles), precisam passar pelo departamento de heresiologia (muitos pulam esta etapa e ocorrem no erro no futuro) mas lamentavelmente criam uma fissura logo assim que há variação de temperatura ou simplesmente no transporte de um lugar a outro.
As economias geradas pela produção em massa vem de vários fatores. Em primeiro lugar ela permite a redução de vários tipos de esforço não produtivo.
Na produção artesanal, mais demorada e mais atenta aos erros, o artesão precisa adquirir os componentes, juntar as diversas partes e precisa localizar as várias ferramentas que utiliza durante as muitas tarefas que realiza.
Na produção em massa, cada trabalhador repete uma ou poucas tarefas relacionadas, que utilizam a mesma ferramenta, realizando operações praticamente idênticas no fluxo de produtos. A ferramenta certa e os componentes necessários estão sempre a mão, o trabalhador gasta menos tempo obtendo ou preparando materiais e ferramentas, consequentemente, o tempo gasto na produção de um produto é menor do que nos métodos tradicionais.
Porém, a produção em massa é inflexível e torna difícil a alteração no desenho de um processo de produção cuja linha de produção já foi instalada.
Além disso, todos os produtos produzidos por uma linha de produção serão idênticos ou muito similares, e não podem ser criados para atender gostos e preferências individuais.

Por isso vimos tantos pregadores idênticos em seus timbres, frases feitas, respirações e articulações, afinal, foram feitos em fábricas e copiados de uma única matriz.
O que dizer de ícones no século XVIII e XIX? Ou mais, o que dizer de “Joões Batistas” e Paulos, de Felipes e outros genuinamente evangelistas?

Que Deus, o fabricante maior, nos permita ser diferentes dos demais, para a Sua glória, fora de padrões pré-estabelecidos pelo público padrão, e que, se for o caso, que esperemos mais tempo para ser colhidos, sendo regados a muito azeite, água, fogo e vento, diretamente preso à videira, pacientemente, mas tendo a certeza que duraremos muito mais, pela misericórdia do Fabricante Deus.

Alexandre Monsores – Junho 2015





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