E a jumenta disse a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que
cavalgaste desde o tempo em que me tornei tua até hoje? Acaso tem sido o meu
costume fazer assim contigo? E ele respondeu: Não.
O povo de Israel chegou a Moabe, além do
Jordão, próximo a Jericó.
Balaque era rei dos moabitas e temeu, pois
sabia a história do povo de Deus e suas vitórias em batalhas.
Balaque enviou uma mensagem a Balaão com um
preço, ou seja, era um serviço para fazer: uma macumba (não o ritmo, mas o
trabalho/ritual/despacho)
Só que veio Deus a Balaão dizendo para não
fazer a tal maldição, porque o povo era santo!
Ok. Balaão chegou para os anciãos e deu uma resposta
negativa a eles.
Disse que não era pra fazer tal serviço.
Os homens voltaram a Balaque e informaram que
Balaão havia se recusado.
Balaque, o líder, insistiu e enviou príncipes,
homens mais valorosos a Balaão para ver se o convenceriam a fazer tal maldição.
Balão mais uma vez respondeu que, mesmo se lhe
dessem uma casa cheia de ouro e prata ele não faria, afinal, Deus mandou não
fazer!
Mas mesmo assim Balaão pediu para que esses
homens ficassem, pois ele aguardava uma nova ordem da parte de Deus.
Deus chegou a Balaão, à noite, e disse que se
esses homens vieram lhe chamar, levanta e vai com eles, e, todavia, farás o que eu (Deus)
te disser.
Então Balaão saiu pela manhã com eles e uma
jumenta, que havia preparado para ele.
Deus já tinha dito para não fazer o “trabalho”,
Balaão viu os homens, o dinheiro, e Deus não ratificou negando, apenas disse
para esperar e, pela manhã o profeta acreditou que era para “ir com eles” e
fazer o serviço.
“Vai com eles?”. Como assim?
Balaão acreditou que desta vez Deus estaria
permitindo/
Deus já havia dito que NÃO! Ou seja, nem adiantaria procurá-lO ou insistir numa resposta positiva da parte de Deus.
Mas e quando Deus se cala, acreditamos que Ele
esteja consentindo?
Balaão vai com os príncipes, montado em sua
jumenta, em direção ao povo de Israel.
Deus se irou...
Num. 22:22 - E a ira de Deus acendeu-se,
porque ele se ia; e o anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário; e
ele ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos com ele.
Cristofania pura! Afinal, não era “um” anjo,
mas “O” Anjo.
A jumenta viu O Anjo com a sua espada desembainhada
e desceu do caminho.
Balaão bateu no pobre animal e a fez retornar
ao caminho de seu interesse.
Mais uma vez O Anjo apareceu à frente do
caminho enquanto eles estavam encurralados num corredor de arbustos de vinho.
Mais uma vez a jumenta desviou do caminho. E Balaão novamente espancou o
animal.
Passaram eles por um caminho mais estreito
ainda, com a jumenta, não havia como passar dali, pois O Anjo fechou o tal caminho.
Como assim?
Deus também fecha os caminhos
planejados pelo homem?
Voltemos...
A jumenta viu O Anjo e definitivamente empacou.
Balaão se aborreceu de vez e espancou pela
terceira vez a pobre quadrúpede.
Então Deus, O Senhor, fez abrir a boca da
jumenta e ela disse:
Vers. 30 E a jumenta disse a Balaão:
Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo em que me
tornei tua até hoje? Acaso tem sido o meu costume fazer assim contigo? E ele
respondeu: Não.
A inteligência humana nos prega peças,
imaginamos sempre a jumenta falando em “hebraico”. Ledo engano!
Caso a jumenta falasse no idioma comum àqueles
homens, todos imediatamente ouviriam e entenderiam a mensagem. Mas não, ela
ZURROU, como toda jumenta zurraria. Mas Deus deu discernimento ao homem,
Balaão, e ele entendeu.
O grande mistério não é o burro falar algo que
o homem sábio entenda. O raro mistério é o homem sábio entender a simples verdade,
profundidade e inocente seriedade a qual um burro esteja falando, e receber esta palavra
como conselho.
A jumenta primeiro falou com suas atitudes –
afinal, as atitudes dizem muito!
Ela nunca havia “empacado”, sempre foi fiel ao
seu dono, no carregar, no caminhar, no atender aos seus serviços.
Isso me faz pensar sobre o egoísmo e
arrogância.
Somos acostumados com alguém sempre fiel ao
nosso lado. Sempre que precisamos esse alguém está ali perto para te servir.
Então ocorre o dia em que, por certo motivo, essa pessoa não faz mais o que
você deseja, e pronto! Você bate na pessoa, a espanca para que faça o que você
deseja, na hora que você quer! Pelo simples fato de você ter sido contrariado.
Balaão, por ser profeta, estaria apto para
discernir o que Deus lhe falou e para obedecer ao que O Senhor disse em
primeiro lugar. Mas esse “profeta” NÃO VIU O Anjo do Senhor à frente do caminho...
Mas a jumenta, a sua serva, esta viu.
Deus não está se mostrando para alguns
profetas, mas a jumentas!
Mas, infelizmente, os profetas não creem nas
jumentas! Pelo contrário, batem nelas.
As atitudes e palavras ditas pela jumenta eram
no intuito de mudar o comportamento e aconselhar Balaão.
Agora vejamos outro animal, na Bíblia, que
também falou ao homem, no intuito de mudar também o seu caminho.
Gen.03:
01 a 06
Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo
que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse:
Não comereis de toda a árvore do jardim?
E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
Agora vamos entender uma coisa, pessoas
conversarem com animais é comum nos dias de hoje, porém compreendê-los é
incomum.
Quanto a jumenta, serva, muda, subserviente,
não houve crédito a ela. Precisou insistir por três vezes.
Mas bastou a serpente falar uma única vez, linda,
astuta, colorida, sem insistir, e a humanidade errou baseada em seus conselhos e seus errôneos caminhos.
A quem você vai dar ouvidos?
Alexandre Monsores – abr.2015