segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DEUS, EU E VOCÊ (Romance/Drama)


INTRODUÇÃO
_____________________________

Aos meus treze anos, durante o intervalo no colégio onde estudava, pisei numa folha ofício, xerox de um texto datilografado denominado “eu, Deus e você”, de autor desconhecido.
Durante anos as poucas linhas deste texto ficaram em minha mente, significando muito pra mim, me dizendo sobre como vivo e todas as coisas ao meu redor. Tomei a liberdade de colocar mais palavras, preocupado em não eliminar a beleza do texto.
E hoje, em dois mil e sete, após assumir o meu compromisso com Deus e sua igreja, retoco mais uma vez essas palavras, e com isso, mais uma vez prova-se que o amor não se cansa de nos mudar.
Espero que você, caro leitor, viaje junto do personagem dessa história... e também se transforme no que você desejar.
Como eu me transformei.
Obrigado a você, autor desconhecido!
Espero que um dia não o seja mais.
_____________________________




Oi!
            Digo Oi até mesmo pra mim, caso eu leia essas linhas no futuro. Posso precisar.
            Não estou mais só, como no início. Mas nesse tempo entre o início e o agora, eu pude viver várias “vidas” e saber qual é a única coisa no mundo capaz de transformar de forma absolutamente maravilhosa todas as criaturas existentes ou aquelas que poderão vir a existir: O amor.
            O amor cria, destrói... O amor dói, alivia a dor...
            Quem de nós nunca passou por mudanças físicas, espirituais, externas ou internas, bruscas ou sutis. Sempre a partir do momento em que esse ser chamado amor invade nossas vidas.
            O mais interessante é que até o próprio amor também transforma, também tem suas diversas faces. Amor de mãe, de bicho, amor de irmãos, de amigos ou amantes, entre estranhos. Amor de Deus...Sempre Amor. Acredito que vários outros elementos compõem o amor, de tão completo e absoluto que o amor é.

            Eu, por exemplo. Eu era um astro. Longe. Frio. Distante de tudo o que ocorria no universo. Sabe Deus para que propósito eu estava lá...
            Até que houve um dia, ou noite... (não sei bem a hora, até mesmo porque as horas não existiam para mim) em que eu a vi. Linda, radiante, feliz...distante, no entanto.
            Algo me aconteceu, e eu não parava de pensar naquele ser que eu admirava, mesmo sabendo que ela sequer sabia da minha existência.
            Então fui até Deus. Há muito tempo que a gente não se falava, mas como Ele não se importa muito com isso, me recebeu muito bem, até mesmo porque me conhece desde o início do início, e seu amor me tornou o que eu era. O astro.

            Fui lhe pedir. Fui ver a possibilidade dEle me transformar em algo que pudesse estar junto a ela de alguma forma. Era meio arriscado, pois não poderia voltar a minha forma anterior, visto que Deus colocaria outro em meu lugar. Essa era a “regra”.
            E Deus, com todo o seu poder e compreensão, amor e verdade me perguntou: “O que desejaria ser (ou estar), então?”. E entusiasmado disse “O Sol!”
            Para que eu pudesse acordá-la de manhã, passando pelas frestas de suas janelas; para aquecê-la no frio; pra fazê-la ver que existo de fato. Grande...Importante!

            E assim Deus me fez o Sol.





Estava no melhor momento da minha vida. Tornei-me o irmão mais velho da natureza. O astro maior! O todo poderoso Sol! Gigante!... E eu estava mais perto dela.
            Houve então um dia (agora eu sabia o que era o dia) em que bem devagar entrei pela janela do seu quarto. A imagem era linda: Deitada quase encoberta, serena, tranquila.  Dormia com um leve sorriso de canto de boca. Inesquecível!
            Cheguei bem perto da boca sem poder beijá-la. Passeei pelas maçãs de seu rosto liso. Parei nos seus olhos e numa fração de segundo ela apertou a vista por causa da luz. Não quis machucá-la, então fiquei mais fraco, e ela acordou.
            Levantou de sua cama com um único movimento. Aproximou-se da janela e a abriu. Então eu invadi seu quarto passando pelo seu corpo e ouvi: “Que dia lindo!”.
            Êxtase!
Eu estava realizado. Um dia após o outro me sentia mais vivo.

Eu era feliz.

Mas depois de algum tempo achei que faltava algo... Eu queria mais!
            Havia sempre o problema da noite quando chegava, e o mundo me dava as costas, fazendo com que eu não a visse.
            Aí eu pensei que, de repente, se eu fosse novamente a Deus, e pedisse para que Ele me tornasse a Lua. Sim, a Lua! Poderia assim, vê-la mais de perto. Observá-la mesmo durante alguns dias. E mais, ela poderia me admirar em noites de lua cheia, sem tirar os olhos de mim.
            Deus todo Poderoso novamente, com seu imenso amor... que nunca compreendi na verdade, realizou meu pedido sem questionar. O Ser Divino sabia que o que eu estava sentindo era verdadeiro. Era Amor! Ninguém melhor que Deus pra saber disso.

            E assim, eu fui a Lua...



Agora sim! A cada momento em que ela olhava para o céu à noite, eu sorria e iluminava toda a face escura da terra. Havia um brilho em seus olhos admirados pela beleza das noites em que fui Lua.
Quando ela sentava em sua varanda, eu me tornava mais baixo, sempre com muito cuidado para não interferir nas marés ou algo assim.
Lembro-me de uma noite em que ela apagou todas as luzes de sua casa, as do quintal, as do jardim e do portão, só para admirar a Lua. A mim!
Eu a fazia dormir todas as noites e fui feliz durante muito tempo...Sim. Fui!
Nós, amantes, nunca estamos satisfeitos. Eu começava a me trair. Estava ficando louco! Queria tê-la ao meu lado mais vezes, por mais tempo. Queria toca-la! Porém, desta vez eu haveria de ser mais discreto... invisível até...
O que poderia ser?

O vento... Sim. O vento!
           Pela terceira vez, em tão breve espaço de tempo, estive na presença de Deus.
Ele não me olhou espantado, pois parecia já saber que eu iria voltar. Ao invés disso, me abraçou e perguntou em que eu “estaria” desta vez.
Eu é que fiquei espantado. Mas como a sabedoria de Deus é incompreendida, calei-me.
Há coisas sobre Deus que nunca vou entender. Já nem questiono mais.

Falei de uma só vez : O vento.
Sem dar tempo para Ele me perguntar algo, fui logo falando:
Senhor, tudo bem que enquanto Sol ou Lua, a minha amada podia me ver, e até me admirar, mas somente tocando em seus cabelos, acariciando o seu rosto como uma leve brisa, refrescando-a debaixo de uma árvore qualquer, ou de repente na areia de uma praia distante e deserta... aaah! Seria maravilhoso!
           Deus viu mais uma vez a verdade em meu olhar e meu entusiasmo
E então, numa fração de segundos, o Pai Todo Poderoso me tornou o vento.
Imaginei que fosse definitivo.



"O Vento"
Estava leve e ligeiro. E numa tarde ensolarada fui a ela com a intenção de refrescá-la
Soprei devagar em sua nuca e ela até se arrepiou.
Meu Deus, obrigado!
Eu parecia uma criança levada. Até levantar a saia dela, eu levantei.
Não cansava de derrubar as frutas das árvores de seu quintal, só para facilitá-la a colher.
Certa vez quis vê-la dormindo, e à noite, com uma rajada forte, abri a janela de seu quarto e me assustei...
Ela não estava lá!
Parei no ar.
Pensei: vou à cozinha. Fui e não estava. Fui à sala; não estava. Olhei pelo basculhante do banheiro; não estava lá. Saí por debaixo da porta e não a vi na varanda.
Onde ela poderia ter ido? Saí a sua procura.
Vaguei por toda noite. Fui a vários lugares: bares, ruas, esquinas, terraços... e acabei conhecendo um mundo que não conhecia.


Já era de manhã quando voltei a sua casa.
           E levemente passei novamente pelas frestas da janela de seu quarto, que eu já conhecia muito bem, e lá estava ela.
Parada. Dormindo pesado. Mas com o mesmo sorriso de canto de boca. Que alívio! Agora eu pude descansar.
Fiquei muito curioso pra saber onde ela poderia ter ficado por toda a noite. Fazendo o que... e com quem... Mas não valeria à pena me preocupar. Afinal ela estava ali. Apenas sabia de uma coisa: ainda faltava.
Eu não parecia satisfeito com a minha então forma de vento. Achei que haveria de ser alguma coisa que não fosse apenas importante para ela, mais ainda, algo que ela pudesse cuidar, ter carinho e atenção que eu precisava.
Por outro lado, o que Deus iria achar se eu fosse novamente até Ele com mais um pedido em mente. E ainda pedir para ser outro elemento. Será que Deus ficaria de saco cheio de mim? Será que eu, produto de Deus, criado e transformado pelo Seu amor, mesmo assim seria atendido?
E mais, o que eu poderia ser, ou estar, dessa vez? A dúvida novamente batia em mim, talvez pela preocupação de não poder errar e não poder voltar a minha forma anterior, conforme a “regra”.
          Bem. Como eu já a conhecia muito bem (ao menos achava), e percebia bem o mundo ao seu redor (não sabia da minha ingenuidade), creio saber no que seria... e com certeza , essa “coisa” ela realmente gosta e cuida.
O seu jardim!
Sim. O jardim dela!
Eu, enquanto Sol, Lua e Vento percebi o carinho que ela tem pelo jardim. Todas as manhãs ela rega, poda, cheira e colhe flores. E tem mais: eu continuaria entrando em sua casa, tocando-a quando passasse por mim, e teria o carinho e atenção que precisaria ter dela.
Rapidamente fui à presença de Deus. E Ele parecia estar me esperando.
Será que é só comigo? Ou Ele faz assim com todo mundo e suas criaturas?
O silêncio dEle me incomodava! Parecia realmente saber de todas as coisas.
Também me permaneci quieto por um tempo e não adiantou.
Com apenas um suspiro Deus me fez um jardim. O jardim dela!

Sentia ter falhado com Deus. Lamentava ter ficado ausente tanto tempo. Queria ter conversado com Ele mais vezes. Mas será que até essa ausência é compreendida por Deus? Que tipo de amor é esse que O Pai Celestial tem, sem querer nada em troca...sem saber se vamos agradecer ao menos, ou não?
Talvez pra Deus isso não interesse.
Como pode Deus ter sido “gente” e perfeito ao mesmo tempo?

Bem, voltemos com a história...



Agora eu era o jardim dela. E tinha algo na mente; a imagem dela passando por mim, e eu acariciando as suas pernas...

Era bem cedo quando ela levantou.
Depois de certo tempo, ela veio, chegou perto de mim, procurou por algumas flores, me olhou por inteiro, colheu algumas margaridas, e entrou. Mais algum tempo e voltou com uma mangueira para me regar.
Como eu precisava disso!
Nunca haviam sentido esse tipo de amor, se é o que eu posso dizer assim, por mim.
Ela ficou muito tempo mostrando seu carinho e cuidado pelo seu jardim, me regando, podando, tirando o capim seco... e mais uma vez me senti realizado!


Porém, me entristeço em lembrar do que houve depois desse momento maravilhoso.

Já era tarde e esperava vê-la mais uma vez.
A porta abriu bruscamente.
Ela veio correndo.
Passou por mim apressada, arrancando algumas de suas flores prediletas.
Estava chorando!
Meu Deus! O que poderia ter acontecido!
Ela atravessou a rua como louca. Parou meio que perdida, olhando de um lado e para o outro.
Ah! Como eu queria ter ido com ela! Saber o que estava havendo. Que angústia em ver alguém que a gente ama, daquela forma, triste... desesperada.
Minhas raízes me prendiam à terra. Como eu queria deixar de ser aquele maldito jardim!!!
           Só indo novamente a Deus, e lhe pedindo pela última e derradeira vez para me tornar algo que, não somente estivesse junto a ela, fosse importante pra ela, e por fim, sentir o que ela sente!
E somente sendo o sangue dela poderia tudo isso.
E mesmo sem ir a Deus, até mesmo por causa do meu estado, o Todo Poderoso, de onde estava, me fez ser o sangue dela.
Imediatamente me senti dentro de suas veias, circulando velozmente.

Foi aí que tudo começou a desabar de verdade.


Era estranho o que eu sentia. Era uma mistura de medo e paz. Eu me sentia enclausurado e ao mesmo tempo não me faltava ar...
No início fiquei meio tonto, mas a experiência que tive enquanto vento me ajudou.

Passamos a ser a mesma pessoa.



Voltamos pra casa.
Tomamos um banho quente e fomos dormir.
Estávamos exaustos!
Ficamos acordados até tarde. Pensando...Chorando...
Dias se passaram e a tensão continuava. Havia um sentimento que era novo pra mim: a saudade. Que é dor: A dor do espírito! Espirito que só passei a ter depois que me tornei sangue.
           Mas como eu poderia sentir saudade, se eu estava com a pessoa que amava, junto a ela, dentro dela?
Algumas coisas confundiam-me por sermos a mesma pessoa.
Parecia loucura estar o tempo inteiro ao lado dela, pensando com ela, respirando com ela, vivendo a vida dela... mas quem ama loucamente não o faz?
Talvez eu me acostumasse e ficasse mais tranqüilo. Talvez...
Pela primeira vez eu não estava tão certo de que estava no lugar certo, ou sendo o ser certo.
Houve um dia. Esse nunca vou esquecer. E talvez não esquecer seja a minha cruz.
O dia inteiro passamos aflitos, apreensivos, ansiosos.
Certo momento ouvi uma voz serena me aconselhando, dizendo coisas que me fez lembrar as longas conversas que eu tive com Deus, nos bons tempos que eu ia até Ele.
Parecia que eu estava em uma cerimônia.
Nós choramos sorrindo.
À noite. Fria. Ouvi certos sons. Pareciam com aqueles que eu ouvi nos bares por onde passei, enquanto vento, procurando por ela.
Havia um certo calor em nós. Estávamos agitados.
E então, horas depois, o silêncio.
Percebi que corria mais rápido por suas veias. Não sei dizer como estava, era realmente novo o que eu sentia.
Percebi que em certo momento, ela estava perdendo um pouco de mim...
E de repente estava eu sobre um lençol claro, e esse mais estava no chão que sobre a cama.
A janela, aberta.
A Lua, cheia, lá fora.
Vento... uma leve brisa.
Havia uma música suave no fundo, e se misturavam a ela alguns gemidos.
           A luz estava fraca. Resumia-se a da Lua, outra que vinha por debaixo da porta, e um abajur em forma de concha sobre uma pequena mesa ao lado da cama.
E sobre a cama: Ela.
E desta vez com um sorriso diferente; este, mais largo.
Tinha em sua face o prazer e a dor.
Não parecia preocupada com nada: a hora, a janela... comigo...
Havia ainda sobre o chão um longo vestido branco, um véu sobre a cabeceira da cama, umas flores em forma de arco, sapatos jogados e um impecável terno com o mais belo cravo que eu tive, enquanto jardim, espetado no bolso.
A ela estava abraçado um homem.
Acabava de vê-la fazendo amor! Por isso que eu, sangue, estava agitado!
Meu Deus! O que eu deixei acontecer?
O que você deixou acontecer!?
Como eu, dentro dela, responsável por ela, pude   perdê-la daquele jeito?
Me senti traído. Tolo!
Você vive a vida por alguém e recebe a traição em troca!
E você, Deus...Como deixou isso acontecer?

Só havia uma saída. E essa não poderia falhar.
Fui a Deus para que Ele se retratasse e se obrigasse a me dar outra forma!
Fui ao lugar de sempre em que eu O encontrava, e Ele não estava lá
Como não? Ele não está em todos os lugares?
           Ele não sabe de nossas aflições? Ele não me provou que sabe?
Será que Ele estaria, pela primeira vez, me dando as costas?
Como pode? Ele é Deus e não ignora suas criaturas!

E nesta hora, foi quando Ele me apareceu e disse:






Você não precisa ficar assim desse jeito.
Estou aqui pra te falar de algo que não sei se você está preparado para ouvir.

Como não? Deus não sabe de tudo?

Eu tenho certeza absoluta do que te falo, assim como sei o momento certo em que te falo. E mais, sei exatamente a forma como eu te falo!
Você nunca vai conseguir por dúvidas humanas em mim!
Eu nunca me contradigo!
Volúvel é ti.
Sei porque te criei assim.
Porém te fiz livre para descobrir, mas não para se aprisionar nas suas próprias dúvidas.
Você mesmo é prova de que o amor transforma. E transforma todas as coisas.
Menos a mim! Eu sou o criador do amor e não tenho início nem fim.

Mas Senhor, insisto, Tu não sabes de todas as coisas?

          Primeiro vamos acabar com essa de “Senhor”. Já não temos intimidade o bastante? O senhor está no céu, e eu estou em todos os lugares!
Vamos falar do seu caso. E foi por isso que você veio a mim, não foi?
Olha, você teve a chance, digamos... privilégio, de estar em vários lugares e de viver várias experiências. E o que você aprendeu com isso? Nada!
Veja bem:
Você era astro. E no momento em que alguém, mais precisamente um cientista, ia te descobrir, te dar um nome, você veio a mim pedindo para ser o Sol.
Tudo bem. Você foi o Sol.
Depois de você dar a luz do dia para o mundo inteiro, secar roupas nos varais, evaporar a água depois da enchente, ser o mais importante astro desse pequeno sistema... você veio a mim para ser a Lua.
E depois disso, depois de milhares de casais se amarem sob a sua luz, ter dado a maré aos pescadores, depois de você ter sido tema de músicas e filmes, depois de virar motivo de várias pesquisas espaciais para as mais brilhantes mentes neste planeta... você veio a mim para ser o vento.
E eu, que te amo, te fiz o vento.
          Depois de você soprar velas de barcos, moinhos, levar nuvens de chuva para o povo seco. Depois de rodar cata-ventos de crianças e refrescar idosos em suas cadeiras de balanço... você quis ser o jardim dela. E eu te fiz o jardim.
Você nem viu quantas pessoas na rua te admiravam, e pediam suas mudas e sementes a ela, para terem um pouco de sua beleza em suas casas. Quantos pássaros pegavam o que havia seco em você, para construir seus ninhos. E até as borboletas e abelhas escolhiam a ti para colher o néctar e pólen.
Você foi o sangue dela.
E nem ao menos pensou em quantas pessoas no mundo inteiro precisavam de você, e aguardavam em filas intermináveis por transfusões.

Senhor, Por que falas assim comigo? Estás bravo?
Tu sabes que Te amo!

Tu me amas? Então por que não confiaste em mim?
E não vou falar macio porque assim tu não mereces!

Mas Pai, eu não sabia o que estava fazendo! E se sabia, era por amor!

Não justifica!
E não ouse culpar o amor pelos seus atos!
Você desconhece o verdadeiro amor. O amor é muito mais poderoso do que você imagina. Se eu estou aqui, é por amor. E se você está aqui, agora, é por amor, mesmo que dessa forma, triste e amargurado.
E a propósito, você veio a mim para pedir algo, não foi? Vou fazer como se não soubesse e quero ouvir você falar.

Sim Deus. Por Sua misericórdia. Torne-me um homem. Aquele com quem a minha amada faz amor!
Prometo nunca mais te pedir nada!

Prometer por quem? Por mim?
Olhe. Já te fiz várias outras coisas. Você foi transformado pelo meu amor por ti, e o teu amor por ela se transformou. Você não percebeu isso! E o pior, por não ter me visto, achaste que eu não estava contigo!
Assim te digo:
Não posso te fazer o homem que ela ama. Com quem ela faz amor. Não tenho esse direito! Até mesmo porque, se ela está lá agora, é porque eu quis!
Vou te fazer um homem, sim. Não este, e sim outro, capaz de admirar estrelas e astros, precisar do Sol e vislumbrá-lo, assim como a Lua, curtir a leve brisa em seu rosto, regar plantas e cuidá-las, assim como você foi cuidado, viver com sangue em suas veias e dar valor a esse precioso elemento. E o mais importante, que seja capaz de amar aos outros, inclusive da mesma forma como ela ama nesse momento.
Tu serás ainda, mais que uma criatura minha, serás discípulo meu. Terás essa experiência em tua memória o resto de tua vida, com a responsabilidade de poder contá-la pra outros homens. Antes que eles fiquem loucos e cometam erros em meu nome. Em nome do amor.
Fale para que possam aprender que eu Me mostro a eles de tantas formas e mesmo assim não me percebem.
No meio da minha grandeza celestial eu os olho, mas pra eles sou um “astro” discreto e distante.
Fundamental como o sol eu os ilumino e dou brilho às suas vidas, tão importantes para mim.
Carinhoso e próximo como a Lua eu fico e os amo cada vez mais quando se reúnem e falam de mim.
Os toco como o vento, invisível e agradável, mas nem sempre me percebem...
Mostro-me delicado a eles, tal qual um jardim, que mesmo sendo muito importante aos pequeninos seres, torço para que pelo menos uma vez por dia falem comigo, me regando com suas orações e louvores.
Sou o sangue em suas veias lhes dando a vida e mesmo assim me esquecem.
Fale para eles que eu os quero do meu lado aqui comigo. Assim como eu estou diariamente ao lado deles.
E você, por fim, nunca questione o meu amor por ti!

Boa viagem.
A partir de agora, te verei apenas quando eu quiser. Não conforme a tua vontade, mas sim conforme a Minha!


E de repente tudo ficou escuro e morno, agradavelmente silencioso... Uma voz familiar ecoava no ambiente em que eu estava, dizendo: ”Olá, meu querido. Como você está hoje?”.
Era tão real! Era bom.
Depois de um tempo uma luz forte irritou meus frágeis olhos e algo saiu de meus pulmões, e começando a respirar eu chorei, mais por estar assustado, é claro.
Quando pude abrir meus olhos, acostumando-me com o lugar, pude vê-la novamente. Olhando pra mim com choro e riso, nada comparado àqueles sorrisos de canto de boca.
Eu estava em seus braços.
E foi aí que ela me disse: “Te amo, meu filho. Como nunca amei ninguém!”.





E foi assim, meus amigos, que eu vim parar aqui.







                                                      FIM


















































terça-feira, 13 de novembro de 2012

APENAS UMA PALAVRA DE OFERTA




Certa noite fui convidado para ministrar uma “palavra de oferta”, confesso que fiquei com pernas bambas e raspei o tacho do meu cérebro para apanhar as melhores palavras para não ser nem piegas, nem agressivo... mas sincero.
Aprendo muito com meus pastores/líderes sobre este importante momento e não poderia ter um perfil diferente do perfil da igreja à qual eu congrego (ADEQ - Assembleia de Deus em Queimados/RJ).
Mesmo com tantas denominações desgastadas por tal “apelo”, eu devia expor o que Deus realmente tocava em meu coração a dizer naquela noite. E foi mais ou menos isso:

Marcos 12:41-44
E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava A MANEIRA como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito.
Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.
E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.
 

Quando Jesus se estabelece junto ao gazofilácio, seu olhar atento às ofertas para a casa do Senhor era bem simples: Jesus olhava  A MANEIRA de como eram feitos os depósitos.
O texto é bem claro em NÃO DIZER “ ...observava a quantidade do que a multidão...” MAS SIM “... a maneira...”.

Quando chega o momento do ofertório em nossas igrejas, devemos deixar bem claro, segundo o que A PALAVRA DE DEUS nos diz, que O Senhor está atento à forma como você oferta, e não a quantidade da oferta.
Muito melhor ao Senhor é a QUALIDADE e não a QUANTIDADE. Jesus nos provou isso.
E quando eu vejo as duas moedas da viúva, não tem como eu não ir um pouco mais a frente e, com a permissão de Deus, dar nomes a essas duas moedas.
São elas: Espírito e Verdade!
Isso mesmo!
Se Jesus nos diz que O próprio Deus procura verdadeiros adoradores que O adorem em ESPÍRITO E VERDADE... e se o momento do ofertório É de fato um momento de adoração, prazerosa, alegre, voluntária, verdadeira, original, única, exemplar, fiel... e tudo mais, então acho bem conveniente chamar essas duas moedas (da viúva) Espírito e Verdade.

Quando estiver no gazofilácio ou simplesmente colocando sua oferta no envelope, lembre-se: podem ser apenas duas moedas, mas que sejam colocadas com prazer, alegria e Espírito e Verdade.

Momento de oferta é momento de adoração, e devemos fazê-la da forma como O PAI procura.
Seja ofertante e dizimista... seja adorador!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

UM OUTDOOR DE DEUS!




Quando somos levantados como “outdoor” de Deus, muitas coisas devem ser consideradas:

Um outdoor fica no tempo, exposto ao sol e chuva, a momentos inconstantes...

Um outdoor precisa ter uma informação clara, objetiva e com pouca, porém precisa informação...

Alguns vândalos jogam lama e sujeira no estático outdoor, somente como diversão ou a simples intenção de sujar a sua imagem...

Um outdoor de Deus passa por batalhas terríveis contra o vento tempestuoso, e se não tiver bem preso ao chão, poderá voar e até machucar pessoas próximas...

Qual mensagem você está levando consigo?
Quando você expunha as mensagens do mundo e suas paixões e perversões, e agora expõe a Cristo, 
por acaso você retirou os papéis velhos ou os deixou embaixo dos novos papéis? Fique sabendo que os novos vão cair e o velho volta e se mostrar. 
Retire PRIMEIRO o papel podre para depois colar os novos!

Você está anunciando o quê?
Você está cheio de bagulhadas escritas de qualquer jeito? Palavras e mais palavras desorganizadas, coisas fúteis, sucesso, você, consumismo imbecil, ofensas infantis, você, fofocas, fotos comprometedoras, você e suas coisas...

Ou extremamente o oposto? Em branco! Nada escrito. Afinal você não tem nada a dizer não é mesmo?

Quem sabe você está carregando uma mensagem linda de se ver, mas a sua madeira está podre! 
Ou seja, do que adianta se você vai durar pouco tempo expondo sua mensagem?

Se você se enquadra nestas ilustrações, fique atento!
É... não é fácil ser um outdoor de Deus!

Seu escritor e outdoor Alexandre Monsores.